Falhámos!!! Pessoal da minha idade evita ir a festas por causa da ansiedade social, mas está bem a passar 12 horas seguidas a jogar ou a rolar. A conversa cara a cara parece exaustiva, mas discutimos com estranhos online durante horas. Somos cautelosos com as pessoas, imprudentes com o nosso tempo e atenção. Muitos de nós estão a fazer tudo sozinhos agora. > Exercitar sozinho > Comer sozinho > Passar fins de semana inteiros nos nossos quartos com múltiplos ecrãs A vida real tornou-se complicada. Se alguém quiser começar algo físico, precisa de licenças, conexões, dinheiro, anos de trabalho. Enquanto que para rolar sem fim ou comprar alguma criptomoeda aleatória, não é preciso esforço nenhum. O digital tornou-se sem atrito. O físico permaneceu difícil. Então as pessoas escolheram as telas. E tudo se adaptou. Cada plataforma descobriu como te manter preso por mais tempo. Rolagem infinita, reprodução automática, feeds de algoritmos que sabem exatamente o que capta a tua atenção. Tudo nos nossos ecrãs é projetado para nos impedir de sair. Entretanto, o caminho tradicional desapareceu. O script normal já não funciona. > Primeiras casas aos 40 agora > Filhos e casamento parecem luxos que requerem riqueza geracional As pessoas chamam isso de crise de solidão. Mas eu não acho que isso esteja certo. Não estamos sozinhos, mas estamos apenas confortáveis a estar sozinhos. As telas preenchem tão bem o vazio que esquecemos porque é que gostaríamos de ter companhia real. Construímos um mundo onde abrir um aplicativo é mais fácil do que iniciar uma conversa. Onde tudo na vida real tem atrito, mas tudo no digital é instantâneo. Onde construir comunidade requer esforço, mas consumir conteúdo não requer nada. Isso não é progresso.