Acho que esta ideia de que os países quentes são mais pobres é apenas um acidente histórico: à medida que o crescimento económico moderno começou na Europa Ocidental, as regiões colonizadas pelos seus colonos, que tendem a ter um clima semelhante, desenvolveram-se mais cedo. À medida que o mundo está a convergir para o desenvolvimento, essas discrepâncias estão a ser apagadas. Lugares como Taiwan, Singapura, Malásia e o sul da China continental são bastante quentes e agora também são ricos. Eu pensaria que viver num clima frio é um custo, não um dom. Isso diminui o bem-estar, uma vez que você tem que incorrer em custos de aquecimento, remoção de neve, roupas pesadas, etc. Assim, o efeito líquido do clima frio sobre o desenvolvimento é negativo. E, de fato, se olharmos para a história global em vez do passado recente, essa correlação entre ser frio e rico se desfaz: nos tempos romanos, as regiões mais desenvolvidas do antigo mundo romano eram quentes, como a Cirenaica e a África, enquanto regiões frias como a Germânia eram pobres e subdesenvolvidas. Daqui a cerca de 15 anos, espero que ninguém esteja a teorizar a hipótese de que "as regiões quentes tendem a ser pobres."

"Entre as vítimas está a ideia do filósofo Karl Marx de que a desigualdade e o conflito de classes impulsionam as sociedades em direção a uma maior complexidade. Turchin descobre que elas fazem o oposto, ao diluir a coesão social e aumentar a vulnerabilidade das sociedades a ameaças externas."